Colocação do Problema: Quando
falamos dos problemas de filosofia prática, especialmente os chamados problemas
éticos e morais, este problemas são evidentemente óbvios como, por exemplo:
‘Devo cumprir a promessa que fiz a um amigo?’; ‘É legítimo agredir alguém em
defesa própria?’; ‘Um soldado que mata em nome da pátria é culpado pelos
crimes?’; ‘Em algumas ocasiões posso mentir para o bem da maioria?’; e outros.
Estes exemplos são alguns
exemplos de problemas práticos que se apresentam na vida das pessoas. Todos
estes problemas não dizem respeito somente a pessoa que é acometida deles, mas
também dizer respeito a ‘outras pessoas que sofrerão as conseqüências de sua
decisão ou da sua ação’ (Vázquez, p.16), e em alguns casos dizem respeito a
toda humanidade.
Quando escolhemos agir ou
analisamos ações de outras pessoas eminentemente emitimos juízos morais. Quando
emitimos juízos morais aceitamos uma norma.
A norma é tida como obrigatória a todos que a aceitam, e compreendem que tem o
dever de agir desta ou daquela forma. No caso de alguém não agir conforme a
norma aceita nos a repudiamos a ação, e consideramos errada ou má.
Uma decisão moral sempre é uma
ação ou um juízo refletido, que exige a compreensão da norma.Quando nos
deparamos com tais tipos de ações ou decisões nos deparamos com tal tipo de
conduta humana nos deparamos com o campo da moral.
O campo da moral sempre tem dois
aspectos relevantes o subjetivo e o
intersubjetivo:
“de um lado, atos e formas de
comportamentos dos homens em face de determinados problemas, que chamamos de
morais, e, de outro lado, juízos que aprovam ou desaprovam moralmente os mesmos
atos” (Vázquez, 16).
As normas são sempre uma
interpretação própria das pessoas e está ligada à sua sociedade.O primeiro
aspecto íntimo ou pessoal, que leva um sujeito a agir desta ou daquela maneira
frente a certos problemas específicos, esta é uma característica pessoal, um
característica com grande carga psicológica, uma consciência da ação. O segundo
aspecto mais social, diz respeito a juízos que emitimos sobre ações de outras
pessoas, está “sujeito a variações de época para outra de uma sociedade para outra,
remonta até as próprias origens do humano como ser social”(Vazquez, p.17). De
forma geral deveríamos ter a mesma norma para emitir juízos sobre ambos os
casos.
A reflexão sobre estes problemas
práticos é a teoria moral, que nada mais é do que o campo da Ética. A teorização
destes problemas pertence ao campo da filosofia, como reflexão mais aguda sobre
estes princípios.
Quando nos deparamos com estes
tipos de problemas morais na nossa vida, normalmente usamos regras aceitas pela
sociedade, e argumentos que justificam nossa decisão, ligada a religião ou a
lei.
Este aspecto comum da moral leva
culturas ou sociedades, a variar suas normas do que consideram certo ou errado.
Esta variação de normal leva a uma relativização, apesar de ser inerentes a
todos os seres humanos, enquanto seres de relacionamentos.
Todas as sociedades e também
todas as pessoas se deparam com questões práticas no se cotidiano, são
situações que muitas vezes são extremamente complicadas de escolher, onde o
certo e errado não estão sempre evidentes. Por isso se diz que todas as pessoas
pensam a moral. Já por outro lado tratar teoricamente e de forma genérica
destes problemas é assunto da ética.
Para Vázquez a ética busca dizer
se um ‘comportamento é pautado por normas, ou em que consiste o fim – o bom –
visado pelo comportamento moral, do qual faz parte o procedimento concreto” (cif.
17).
O problema de agir de acordo com
uma norma ou regra não é um problema ético, mas moral prático de cada pessoa. É
interessante notar que a ética determina regras e normas gerais, mas não
determina a moral. Uma investigação teórica determina os limites do certo e do
errado, do bem e do mal, mas não determina o que devemos fazer. A esfera da
ação é sempre uma questão particular prática.
A moral implica numa questão
intransferível que é o problema da liberdade e da responsabilidade. Esta é a
característica fundamental da moral. O sujeito é responsável pelo que vai
fazer, estudando ou não ética. Todo pessoa pode escolher agir desta ou daquela
forma, quando isto ocorre o homem é responsável.
Os problemas morais práticas e
teóricos são diferentes, mas muitas vezes seus limites são sutis, e se
implicam.
A ética influi para fundamentar e
justificar a conduta do ser humano, mas não pode nunca decidir pelo ser humano,
a decisão é uma ação própria de cada individuo. A reflexão ética chega a
colocar diferentes formas do que é bom, seja a felicidade, o poder, o prazer...
A ética implica em toda a esfera
do comportamento humano, como na política, na ciência, na arte, no direito....
A reflexão filosófica da moral,
ou seja, a ética; esta pode parecer uma reflexão estéril quando se afasta dos
problemas práticos, e permanece uma teoria em si mesma. A relação da ética coma
moral é indireta, mas contundente: “ao definir o que é o bom, se está traçando
um caminho geral, em cujo o marco os homens podem orientar a sua conduta nas
diversas situações particulares” (Vazquez, p.18
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