quinta-feira, 24 de março de 2011

Um burraco branco no tempo





quarta-feira, 23 de março de 2011

Ética: slides de apoio de aula.

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O conhecimento: apontamentos didáticos.(texto introdutório)

Por Ivan Luís Schwengber 2011


Introdução

O conhecimento sempre esteve intimamente ligado ao desenvolvimento das reflexões filosóficas, e por vezes, como é o caso na Idade Moderna objeto principal do conhecimento. O que proponho neste texto é investigar o conhecimento de forma geral. Esta ideia não tem a pretensão de formatar o conhecimento dentro de uma teoria rígida, formatando a reflexão na forma de cristalização.



O conhecimento, o ser humano e a filosofia

O conhecimento é um campo de estudo da filosofia. A própria filosofia é inseparável do problema do conhecimento, quase havendo fusão entre ambos. Para alguns intelectuais estudar filosofia é praticamente estudar do conhecimento humano.

O conhecimento é por excelência uma atividade humana. Partindo da pergunta de ‘de quem é o homem ’. O homem torna-se humano como outros seres humanos, o que significa humanização. Tornar-se humano é um tipo de desenvolvimento que torna o homem um ser humano, o homem nasce uma possibilidade de desenvolvimento. O homem humaniza-se pela inteligência, que na relação com o mundo, nada mais é do que conhecer.

Se perguntarmos ‘O que é o homem?’ A resposta clássica é ‘O homem é um animal racional’. O que significa esta definição? O homem nasce animal, como outro qualquer, mas possui uma potencialidade que o difere: razão. A razão faz toda a diferença i) para si, ii) para o mundo e iii) na relação com os outros. i) O homem torna-se humano, consegue dar sentido, compreender e desenvolver sua inteligência, o que simplesmente é tornar-se humano; ii) O homem consegue transformar o mundo, conhecer a lógica da natureza, intervir na natureza e melhorar; iii) O homem constrói uma sociedade de convívio mútuo, desenvolve a cultura que é repassada pela educação e faz ciência.

O homem possui esta capacidade de se tornar racional, isto significa que a racionalidade desenvolve-se com o ser humano. Esta visão é dos filósofos existencialistas , estes compreendem o homem como um projeto de autodesenvolvimento.

O produto da razão é o conhecimento. O conhecimento permite o homem agir moralmente, trabalhar e transformar o mundo, e ainda repassar o conhecimento.

Enquanto que os animais respondem as necessidades que a vida os impõe, através do instinto, o ser humano reage significativamente diferente, através da atividade intelectual, que é a razão .

O conhecimento é fruto da razão humana. É uma forma não instintiva, que o ser humano encontra para dar resposta aos desafios que o mundo lhe impõe. O conhecimento é uma forma mais sofisticada de se adaptar e reagir ao mundo.

Todo conhecimento que esteja enraizado na essência humana humaniza o homem. Quando se define o ser humano como um ser racional, um ser pensante pretende-se gerir algo diferente: no horizonte do mundo material e físico, a atividade intelectual e o conhecimento ultrapassam este estreito horizonte.

A característica subjetiva do conhecimento permite o ser humano se transformar em um ser diferente: através de cultura, de valores e outras características que emana do ser enquanto racional.

O espírito humano reflete sobre o mundo, mas esta reflexão não é mera sombra do mundo, adquire características singulares, devido à contribuição que o ser humano dá ao mundo, reinterpretando, dando sentido e significados.

Esta reflexão é expressa discursivamente através de palavras, que permitem ao homem manter uma relação mediata com o mundo. Esta mediação é qualitativamente diferente. Quando represento mentalmente um ‘lápis’, está reapresentação mental não é o lápis em si mesmo.

A reflexão não é imediata, mas mediata. O conhecimento é mediado é algo diferente do objeto, mas é uma representação do objeto. Estes meios possibilitam a universalização da experiência, da forma que pode ser usado em outras particularidades, pode ser dita através da linguagem e símbolos; podendo inclusive ser compartilhado com outros seres humanos.

O intelecto humano como sendo não imediato permite o homem transcender a situação empírica e particular, que a singularidade de um sujeito que experiencia têm quando conhece. Permite ao homem manter o passado, especular o futura e dar sentido ao mundo

Permite ao homem fazer umas perguntinhas simples, mas que fazem toda a diferença: o que, como, por que. Vejamos quando nos referimos a um objeto.

I) o que é um lápis? Esta pergunta indaga acerca de uma definição do objeto, é quando a representação mental conceitua a coisa. Ou seja, é o material com o qual nosso pensamento lida: o conceito. As definições dos objetos nunca são possíveis mostrando o objeto, quando se aponta para o objeto dizendo isto aqui é um lápis. A definição é exclusivamente representacional, e uma boa definição deve dar as características essenciais do objeto. Se nós respondemos: ‘O lápis é x (por x compreenderemos que é “um instrumento feito de grafite e utilizado para escrever manualmente com uma das mãos”). Percebemos que logo surgem problemas com estas definições e surgem dúvidas sobre os atributos essenciais para se pensar o conceito de lápis. Imaginemos termos mais escorregadios que não possuem uma apresentação material, como por exemplo, liberdade. É importante salientar que a definições são provisórias e nunca definitivas, são conceituações rasas que permitem o sujeito lidar com o conteúdo mental para refletir. Os conceitos filosóficos nunca são definitivos.

ii) Como é um lápis? Este é o tipo de descrição que fizemos acerca de um objeto. Normalmente com a experiência do objeto, descreve-se o objeto como tendo algumas notas que não são necessariamente essenciais, podem ser meras descrições da aparência. Como sendo preto, grande, pequeno, azul...

iii) Por que é um lápis? Esta pergunta busca o fundamento da representação do objeto, não do objeto. Para as ciências modernas indagar o porquê é indagar a acerca da causa de um determinado efeito. Esta causa é na linha do tempo um momento que está imediatamente anterior e que desempenhe um efeito dominó. Porém, buscar o porquê de forma mais radical é buscar o princípio necessário do objeto ou do evento. Tal indagação radical pode ser um fim teleológico, ou seja, de finalidade da coisa. Vejamos um exemplo mais interessante: Alguém poderia se perguntar ‘Por que eu existo?’, a resposta não necessariamente se encontra no passado, mas também em uma finalidade de sua existência. Em suma, a busca do por que radical foge da esfera temporal, isto é, científica, e encontra resíduos na religião ou em busca de resposta últimas que a filosofia busca.

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